A cirurgia plástica estética das mamas compreende um importante capítulo da especialidade, podendo envolver vários tipos de procedimentos. Neste texto procuraremos discutir as cirurgias de redução mamária e ainda o chamado levantamento das mamas ptosadas (caídas).

Essas duas cirurgias podem ter a sua indicação associada ou não, portanto cada caso deverá ser analisado em particular para se estabelecer as prioridades no tratamento bem como a programação cirúrgica. Geralmente, a ação da gravidade, associada ou não a fatores como amamentação, flacidez cutânea e variações de ganho e perda de peso são os responsáveis pelo aspecto inestéticos de mamas grandes e caídas. O nosso objetivo será indicar uma técnica que apresente os melhores resultados às custas de menores cicatrizes.

A utilização de implantes mamários será discutida isoladamente em outro capítulo. Vamos abordar aqui apenas os aspectos envolvidos na chamada Mamoplastia Redutora e Mastopexia (suspensão mamária) de pacientes do sexo feminino. Eis alguns fatores importantes a serem discutidos na consulta.

1. Qual a idade ideal para operar as mamas?

Não existe uma idade ideal, mas sim, a oportunidade ideal que é determinada pelo aparecimento dos defeitos a serem corrigidos, desde que o desenvolvimento da glândula mamária já esteja devidamente concluído. Isso costuma acontecer por volta dos 15 a 16 anos de idade. Pacientes mais jovens devem aguardar este período para realizar um tratamento definitivo e eficiente. Não é preciso aguardar ter filhos e amamentar para ver corrigida uma mama que atrapalha a vida de uma paciente, já que a cirurgia não altera a capacidade de aleitamento da mulher. O peso da paciente é, em muitos casos, um fator fundamental para o sucesso da cirurgia. A paciente deverá estar com uma relação Peso/Altura definida e estável, pois as variações se refletem sobremaneira na região mamária e poderão prejudicar o resultado obtido após a cirurgia. Conhecidos estes parâmetros gerais, cada caso deverá ser analisado em particular para se estabelecer o melhor cronograma para a cirurgia e demais tratamentos.

2. As cicatrizes são visíveis? Onde se localizam?

As cicatrizes da plástica mamária se localizam em volta da aréola e podem também se posicionar no sulco submamário com uma linha vertical unindo as duas incisões (“T” Invertido). Dependendo de cada caso e daquilo que se pretenda realizar durante a cirurgia, poderemos indicar técnicas com maior ou menor extensão da cicatriz. A cicatriz ao redor da aréola, costuma ser igual para os diversos casos ao passo que o “T” Invertido deverá variar de acordo com os excessos a serem retirados, ou seja, depende do tamanho e flacidez mamária.
Todos os esforços serão feitos no sentido de produzir uma cicatriz o mais imperceptível possível. Além da sutura adequada, algumas manobras serão utilizadas na evolução da cicatriz, como a compressão por micropore, gel de silicone, massageamento com creme manipulado, infiltração local, betaterapia e até mesmo uma revisão cirúrgica nos casos onde existe hipertrofia ou outros distúrbios da cicatrização. O importante é acompanhar os retornos e seguir as orientações, tendo sempre em mente que a cicatriz somente vai estar completamente madura de 6 a 18 meses após a cirurgia. Você deverá discutir detalhadamente essa questão com seu médico.

3. Qual o tempo cirúrgico e o tipo de anestesia?

Todo o procedimento pode levar em torno de 2 a 4 horas, dependendo da extensão da programação cirúrgica e na maioria dos casos é realizado sob anestesia peridural, realizada pelo anestesiologista. A anestesia local com sedação fica reservada para casos selecionados de pequenas correções.

4. O que acontece no período pós-operatório?

Os pacientes raramente se queixam de dor neste procedimento, embora não possamos garantir tal evolução, uma vez que o limiar de dor pode variar significativamente de uma pessoa para a outra. Caso exista algum desconforto, as medicações convencionais são suficientes para resolver o problema, sempre com o devido conhecimento e prescrição do médico.

O inchaço costuma ser moderado nos primeiros dias, quando o repouso é fundamental, principalmente nos movimentos do braço. Manchas vermelhas ou arroxeadas podem eventualmente se instalar nas áreas descoladas por uma a duas semanas. A sutura é realizada com fio absorvível e não precisa ser retirada. Os curativos serão agendados pelo médico e a melhora do edema costuma acontecer até o primeiro mês, após o qual haverá ainda um inchaço residual e discreto que poderá persistir por alguns meses, sem impedir que o(a) paciente tenha as suas atividades sociais cotidianas. Os esforços físicos devem ser evitados neste período inicial, bem como a exposição ao sol.

5. Qual o tempo de internação e que tipo de curativo é realizado?

A alta costuma se dar no mesmo dia, ao final da tarde. O curativo, que é feito na sala de cirurgia, fica sem mexer e sem molhar por 2 a 3 dias. Após esse período, o curativo é trocado, removendo-se as gazes sujas com sangue. Um novo curativo é feito, apenas com micropore. Só após este primeiro curativo, o paciente pode tomar banho de corpo inteiro,molhando a mama totalmente. Este tipo de curativo é feito semanalmente no consultório até o primeiro mês. Após esse período, o curativo pode ser feito pelo próprio paciente ate o segundo mês. O retorno de 2 meses tem o objetivo de acompanhar a cicatrização. No retorno de 3 meses, é feito o primeira sequência de fotos pós operatórias. Depois com 6 e 12 meses.Mais uma vez, alertamos para a necessidade do repouso no primeiro mês, quanto a movimentação dos braços, cuidados esses que serão exaustivamente relembrados nos retornos para curativos.

6. Quando terei o resultado definitivo?

Normalmente após 6 meses, pois já não mais haverá inchaço residual e o formato das mamas estará bem mais definido, após a chamada báscula da mama que promove o arredondamento natural do polo inferior através da própria ação da gravidade . Entretanto, logo após o primeiro mês já teremos uma grande redução do edema com o aspecto desejado de mamas mais firmes e bonitas. As cicatrizes, por sua vez, deverão passar por todas as fases de maturação até que se atinja o resultado esperado, dentro de 6 a 18 meses.

7. Quantos quilos vou perder qual será o meu manequim?

Este é um dado matemático que ninguém poderá precisar, uma vez que a ciência médica não é exata. É certo que haverá perda de peso e também de medidas mas não se pode dar garantias numéricas. Cada caso representa uma avaliação única pelas características de tronco e da própria mama. Após discutir com a paciente as suas expectativas, o cirurgião procurará atingir o resultado mais harmônico entre o seu desejo e as suas condições torácicas. Este é um aspecto a ser bastante bem compreendido durante a consulta.

8. Afinal, o resultado compensa?

Se você está ciente do que deseja e o cirurgião puder lhe propiciar aquilo que você pediu, sem dúvida compensa. As fotografias de pré e pós-operatório poderão comprovar a grande melhoria do contorno corporal. Entretanto, é importante levar em consideração o fato de que todo o tratamento cirúrgico deixa uma cicatriz cujo aspecto pode variar de paciente para paciente e sua aceitação dessa cicatriz,deve ser demonstrada pelo paciente já na consulta com seu cirurgião.Muitas vezes,só a mamoplastia isoladamente não proporciona tudo aquilo que é possível se atingir no contorno corporal. Muitas pacientes poderão se beneficiar ainda pela utilização de próteses para melhorar a consistência da glândula, assim como as lipoaspirações que são feitas nas áreas ao redor das mamas.

A colocação de silicone mamário é uma decisão importante na vida de uma mulher e, como tal, não deve ser tomada sem o devido tempo de reflexão para compreender adequadamente todas as implicações deste ato. Normalmente, em face de apresentar mamas pequenas, muitas pacientes vivenciam situações desagradáveis em seu cotidiano e isso tudo cria um estado de ânimo que psicologicamente as direciona fortemente na busca pela solução do problema. O papel da mídia, nos últimos anos, tem sido também um importante fator a motivar as mulheres nesse sentido. levando se em conta, de forma incontestável, os padrões estéticos da época.

Acreditamos que durante as consultas prévias à realização do procedimento, todos os detalhes que se referem às possíveis complicações cirúrgicas e outras reações do organismo devam ser exaustivamente esclarecidas, para que a paciente possa decidir-se, baseada em informações médicas concretas e não apenas na “ilusão” que as revistas leigas e programas de televisão podem oferecer. Este texto representa apenas alguma informação inicial sobre o procedimento. Prepare-se para longas conversas no consultório, onde poderemos abordar com detalhes os prós e os contras dessa cirurgia.

9. Qual a idade ideal para a cirurgia?

A utilização de implantes mamários somente deve ser indicada após a completa formação das mamas, o que acontece por volta dos 15 a 16 anos de idade.

10. As cicatrizes são visíveis? Onde se localizam?

Existem varias opções de vias de acesso (por onde se faz a cirurgia) para colocação das próteses. Pela auréola, pela axila e pelo sulco submamário.Em nossa experiência, a via axilar é a primeira escolha, por acreditarmos ser esta a mais adequada, com menor extensão e mais escondida. Durante a consulta poderemos esclarecer detalhadamente os motivos dessa opção cirúrgica. Em alguns casos onde existe grande flacidez das mamas, pode ser necessário realizar a ressecção de parte da pele em excesso, o que deverá deixar outras cicatrizes – você será informada dessa necessidade ou não, durante a consulta. As cicatrizes tendem a ficar claras e pouco visíveis mas deverão passar por todas as fases de maturação até que se atinja o resultado esperado, dentro de 6 a 18 meses. Conforme mencionado numa questão anterior, durante este período, algumas manobras poderão ser adotadas nos retornos, a fim de se otimizar o processo de maturação cicatricial.

11. Minha prótese será colocada embaixo ou em cima do músculo?

As próteses podem ser implantadas sobre ou sob o músculo peitoral maior. Teoricamente abaixo do músculo oferece resultado mais natural com menor possibilidade de complicação. Infelizmente somente as mulheres de mamas sem ptose (queda da mama), podem se beneficiar dessa técnica. As próteses podem ser colocadas pela aréola, axila ou sulco submamário. Entretanto a cirurgia tem que ser sob anestesia peridural, no hospital. A anestesia local torna-se inviável nesses casos, pela mobilidade do músculo que é feita. A dor, que pode acompanhar este tipo de cirurgia no pós-operatório, é facilmente controlada com medicações que se administra pela veia enquanto internada. Na alta, 24hs após a cirurgia, a medicação analgésica oral é suficientemente eficaz. A colocação da prótese sobre o músculo, é o local mais utilizado pelos cirurgiões brasileiros. Pode ser colocado por qualquer via de acesso e sob qualquer tipo de anestesia. Somente contra indicamos, nas pacientes de pele muito fina na região mamária, com ausência de uma camada de gordura adequada para cobertura da prótese e geralmente associada com glândula mamária atrófica e pele com excesso de flacidez. Nestes casos não temos escolha. Coloca-se as próteses sob a musculatura, por ser mais uma camada de proteção e procede-se uma mastopexia (suspensão das mamas) com remoção ampliada do excesso de pele.

12. Qual o Tempo Cirúrgico e o Tipo de Anestesia?

Todo o procedimento leva em torno de 60 a 90 minutos e, na maioria dos casos, é realizado sob anestesia peridural com sedação realizada pelo anestesiologista. A anestesia local fica reservada para casos excepcionais.

13. O que acontece no período pós-operatório?

Os pacientes raramente se queixam de dor neste procedimento, embora não possamos garantir tal evolução, uma vez que o limiar de dor pode variar significativamente de uma pessoa para a outra. Caso exista algum desconforto, as medicações convencionais são suficientes para resolver o problema, sempre com o devido conhecimento e prescrição do médico.

O inchaço costuma ser moderado nos primeiros dias, quando o repouso é fundamental, principalmente nos movimentos do braço. Manchas vermelhas ou arroxeadas podem eventualmente se instalar nas áreas descoladas por uma a duas semanas. A sutura é realizada com fio absorvível e não precisa ser retirada.

14. Qual o tempo de internação e que tipo de curativo é realizado?

A alta costuma se dar no mesmo dia, ao final da tarde. O curativo é bastante simples com micropore por sobre o corte e um sutian próprio deverá exercer uma suave compressão da área operada, sendo mantida sua utilização pelos primeiros três meses. Não utilizamos dreno. Os esforços físicos devem ser evitados neste período inicial, bem como a exposição ao sol.

15. Qual o tipo da prótese a ser utilizada?

Nos últimos anos, as próteses de silicone apresentaram grandes avanços tecnológicos que aumentaram a sua eficiência no que se refere à biointegração. O gel passou a ter alta coesividade, o formato passou a apresentar linhas mais adequadas ao contorno mamário, e o revestimento externo recebeu tratamento especial para minimizar, principalmente, as complicações como o encapsulamento (endurecimento das mamas). Durante a consulta você vai conhecer cada uma dessas alterações e receberá informações detalhadas sobre o modelo e fabricante por nós indicados.

16. Qual o tamanho adequado para o meu caso?

Não existe um dado matemático que deverá ser calculado. Entretanto testes com fôrmas de plástico por sobre a região mamária pode simular um aumento do volume, local, facilitando a escolha do tamanho da prótese. Talvez você precise receber informações específicas para então poder fazer uma escolha esclarecida e não apenas motivada pela mídia ou trauma psicológico prévio. Deveremos buscar um par de mamas com volume adequado ao seu biótipo, obviamente, respeitando as suas aspirações. Este é um aspecto a ser bastante elucidado durante a consulta.

17. Terei de trocar a minha prótese?

Atualmente não se marca uma data para troca das próteses. Entretanto não podemos afirmar que sejam definitivas. Podemos sim afirmar, plagiando um poeta brasileiro, que as próteses mamárias serão eternas enquanto durarem, que significa que se não incomodarem, se não apresentarem qualquer complicação, podem se manter no local, observando-se os cuidados de controle da saúde mamária , feito pelo ginecologista periodicamente.Por outro lado, é provável que aconteçam avanços tecnológicos e, eventualmente, poderemos ter melhorias dos próximos implantes, nas próximas décadas.

18. Quais são as possíveis complicações?

Este é um campo que precisa ser discutido pessoalmente em consulta, pois seria impossível neste texto abordar adequadamente tudo aquilo que merece comentários. O importante agora é saber que, como em toda cirurgia, existem os riscos inerentes ao procedimento anestésico-cirúrgico e aqueles relacionados ao fato de se implantar um “Corpo Estranho” ao organismo. Na maioria das vezes são intercorrências contornáveis, mas ainda assim é preciso que a paciente conheça todas as possibilidades a fim de que possa decidir-se consciente e informada. Durante a sua consulta, além das informações orais de seu médico, você receberá material impresso para analisar, com calma, em casa.

19. Afinal, o resultado compensa?

Se você está ciente do que deseja e avaliou cuidadosamente os prós e os contras envolvendo o procedimento, e ainda assim se sente motivada a submeter-se a uma colocação de silicone mamário, existem excelentes chances de você ficar muito satisfeita com sua cirurgia. As fotografias de pré e pós-operatório poderão comprovar a grande melhoria do contorno corporal. As possíveis complicações deverão ser exaustivamente esclarecidas com o seu médico.