O tratamento dos excessos de pele e gordura das pálpebras se constitui numa das primeiras ações concretas a serem empregadas na busca pelo rejuvenescimento facial. Alguns fatores como a idade, textura da pele, tendência genética, distúrbios da acuidade visual e problemas emocionais, poderão deixar como consequência uma aparência envelhecida ficando a pessoa com um aspecto de constante “cansaço”. Esta condição pode estar exacerbada em algumas situações do cotidiano, pelo excesso cutâneo das pálpebras e pelos abaulamentos que representam as bolsas gordurosas superiores e inferiores.

Outras vezes o problema das pálpebras pode ocorrer devido a fatores ou distúrbios clínicos, que não justificam um tratamento cirúrgico, como no caso de olheiras e edemas. Uma avaliação criteriosa se faz necessária para que você possa conhecer a sua condição em particular, e quais os possíveis riscos e benefícios você teria com o procedimento.

A cirurgia plástica das pálpebras corrige apenas os excessos de pele e gordura, amenizando ainda a flacidez muscular do território palpebral. Pode em muitos casos, melhorar também o aspecto funcional, além do estético. Como em todo procedimento cirúrgico, existem riscos e limitações que deverão ser amplamente discutidos previamente na consulta, para que você possa ter uma visão consciente realista dos possíveis resultados.

1. Qual a idade ideal para operar as pálpebras?

Não existe uma idade ideal, mas sim, a aparência modificada em comparação com o aspecto de quando era mais jovem, e o desejo de corrigir esta aparência. É necessário a consulta com o cirurgião plástico para saber se o momento é adequado para a cirurgia. Deverá ser avaliado a presença do excesso de pele e “bolsas de gordura” muito evidentes.

2. As cicatrizes são visíveis? Onde se localizam?

A pele das pálpebras tem uma espessura muito fina, portanto as cicatrizes tendem a ficar praticamente disfarçadas no sulco superior e sob os cílios inferiormente. Para tanto, deve ser aguardado o período de maturação da cicatriz embora possam ser disfarçadas com uma maquiagem leve, desde os primeiros dias.

3. Qual o tempo cirúrgico e o tipo de anestesia?

Todo o procedimento leva em torno de 2 horas e na maioria dos casos é realizado sob anestesia local, com uma sedação prévia realizada pelo anestesiologista. Atualmente não removemos as bolsas de gordura. Acreditamos que sua função é proteger o globo ocular de traumas contra a órbita. O tratamento mais adequado é o reposicionamento das bolsas de gordura dentro da órbita, devolvendo a anatomia correta com pontos de fixação impedindo que se torne aparente novamente. O excesso de pele é removido e o restante fixado no osso da órbita, fazendo um levantamento da região lateral da face.

4. O que acontece no período pós operatório?

Os pacientes raramente se queixam de dor neste procedimento, embora não possamos garantir tal evolução, uma vez que o limiar de dor pode variar significativamente de uma pessoa para a outra. Caso exista algum desconforto, as medicações convencionais são suficientes para resolver o problema, sempre com o devido conhecimento e prescrição do médico.
O inchaço costuma ser intenso nos primeiros 2 a 3 dias, quando o repouso é fundamental com a colocação de compressas frias sobre a área operada. Manchas vermelhas ou arroxeadas podem se instalar ao redor dos olhos persistindo por uma a duas semanas. A melhora do edema costuma acontecer até a segunda semana, após a qual haverá ainda um inchaço residual e discreto que poderá persistir por dois a três meses, sem impedir que o paciente tenha as suas atividades sociais cotidianas. Os esforços físicos devem ser evitados neste período inicial, bem como a exposição ao sol.

5. Qual o tempo de internação e que tipo de curativo é realizado?

A alta costuma se dar no mesmo dia, ao final da tarde e os curativos são feitos apenas com a colocação constante de compressas de gaze umidificadas em soro fisiológico gelado. O próprio paciente poderá retirar as compressas com as mãos, quando desejar abrir os olhos. Nas primeiras 48 horas, orientamos que as compressas sejam intermitentes. Leitura ou outras atividades que exijam concentração visual são desencorajadas até as primeiras 72 horas.

6. Quando terei o resultado definitivo?

Normalmente após o 3o. mês, pois já não mais haverá inchaço residual. Entretanto, logo após o 8º dia já teremos aproximadamente 25% do resultado almejado, sendo que nas 2 ou 3 semanas subseqüentes esse percentual tende a melhorar acentuadamente.

7. Afinal, o resultado compensa? Vou ficar bonita?

Se você está ciente do que deseja e o cirurgião puder lhe propiciar aquilo que você pediu, sem dúvida compensa. Os procedimentos executados pelo cirurgião plástico, trarão uma melhora estética à região, entretanto a beleza é subjetiva. O profissional utilizará o que a cirurgia plástica pode oferecer mas “não está obrigado a tornar as pessoas mais bonitas”. As fotografias de pré e pós operatório poderão comprovar a grande melhoria da expressão do olhar. Entretanto, é importante levar em consideração o fato de que a cirurgia das pálpebras não proporciona rejuvenescimento geral à face, quando executada isoladamente. O cirurgião plástico apenas melhorará esse território prejudicado pelos defeitos estéticos aí pré-existentes. O rejuvenescimento da face implica em outras condutas associadas à blefaroplastia, como o levantamento das sobrancelhas e outras estruturas da face(Lifting) com evidente flacidez e queda pela ação do tempo. Os “pés de galinha”, não podem ser completamente solucionados com a cirurgia e demandam outras técnicas como, por exemplo, a aplicação de Botox.